sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Despertar através da Lembrança de Si



As escolas esotéricas através da historia reconheceram o caos da condição humana e têm procurado fornecer meios para se escapar dele. A solução não é uma mudança quantitativa, mas qualitativa. Não é uma questão de esforçar-se para experimentar mais amor ou alegria ou bondade, mas de tornar-se uma ordem diferente da criação.

Em nosso estado “normal” de sono desperto, vivemos uma existência animal imaginando que somos humanos. Porém temos o potencial de purificar nosso coração para atingir a verdadeira existência humana, e desenvolver consciência para alcançar a existência divina. Esta é a viagem final para um ser humano. Há um vasto espectro de consciência no universo, que vai desde a consciência de uma rocha até a do Absoluto. A extensão potencial de consciência em um ser humano também é vasta. A consciência em um homem ou mulher pode ser estimulada a se aproximar do divino.

Com um trabalho preciso e adequado, a  consciência  mais elevada pode começar a surgir em lampejos dentro de nós, e, finalmente, se tornar permanente. Quando descobrimos esse estado de consciência - de presença divina - encontramos a fonte do verdadeiro amor, alegria e bondade.

 “A chave para todos os problemas é o problema da consciência.”

Antigos Textos Egípcios

O primeiro passo é compreeder a consciência, e começar a entender o que  não é consciência.
A consciência não é as funções: não é movimento, sensação, sentimento ou pensamento. É um choque profundo verificar que se pode agir, mover e falar e experimentar emoções, sem consciência. Nós estabelecemos metas sinceras, e as esquecemos; nós ferimos, sem querer, aqueles que amamos; nós viajamos e não lembramos da viagem. Nossa consciência não é única, mas múltipla, fragmentada em meio às funções conpetitivas.

Como é que começamos a forjar uma consciência unificada? Todas as escolas ensinam o mesmo esforço, que no Quarto Caminho é chamado de lembrança de si. Esta é uma disciplina interior, onde se vigia a mente e o coração, e o corpo, é se está separado deles, ciente deles, e ciente de si mesmo observando-os. A lembrança de si não depende especificamente das circunstancias ou condições. Ela pode ser aplicada a qualquer momento de sua vida, quer seja um momento significativo ou ordinário, para trazer a consciência para o que se está fazendo.

Trabalhar para lembrar-se de si requer trabalhar no coração. Nossos corações não treinados estão imersos em paixões descontroladas e destrutivas e emoções negativas que nos perseguem incansavelmente ao longo de nossas vidas. Através de  disciplinas de escola, o coração pode ser treinado para ganhar  força e vontade necessárias para nutrir e proteger a divina presença sem palavras.Quando nós purificamos o coração, nossa essência pode emergir. O real pode crescer apenas às custas do irreal.


“A Arte do Coração consiste em se manter o coração firmemente ancorado na paz e na justeza.
Não se deve deixar-se levar pelo tremor das paixões ou abandonar-se
aos desejos, nunca mitigados, dos sentidos."
Huang Di (Imperador Amarelo)


Como nós podemos dizer isto de uma maneira simples?

       Esteja onde você está, e tenha plena consciência do que você está fazendo. Esvazie seu coração das paixões e o preencha com o anseio pela união com o divino dentro de você. Encontre aqueles com os quais você possa compartilhar sua viagem.

O despertar é o Jogo Mestre. E o Jogo Mestre tem um método simples que é fácil de aprender, mas difícil de dominar. O método, lembrança de si, é invisível e portátil. Livre de condições externas e internas, a lembrança de si só tem uma condição: o seu sincero desejo de usá-la. É por isso que é tão urgente treinar o coração para desejar a presença. Juntos, esta trindade de consciência superior, coração, e método, trançam o tecido da presença divina. Com habilidade suficiente, o tecido torna-se puro ouro: a lembrança de si e o seu próprio Eu Superior se tornam permanentes.


"Deus [o Eu Superior] está sempre além da bondade, justeza, onisciência, é imutável,
 verdadeiro, invisível, intocável, inatingível, perfeito, além do ser, pleno de misericórdia,
pleno de compaixão e simpatia, a tudo rege, e tudo vê.”
Filocalia, Pedro de Damasco




KHB



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