As escolas esotéricas através da historia reconheceram o caos da
condição humana e têm procurado fornecer meios para se escapar dele. A solução
não é uma mudança quantitativa, mas qualitativa. Não é uma questão de esforçar-se para experimentar mais amor ou alegria ou bondade, mas de tornar-se uma ordem diferente da criação.
Em nosso estado “normal” de sono
desperto, vivemos uma existência animal imaginando que somos humanos. Porém
temos o potencial de purificar nosso coração para atingir a verdadeira
existência humana, e desenvolver consciência para alcançar a existência divina.
Esta é a viagem final para um ser humano. Há um vasto espectro de consciência
no universo, que vai desde a consciência de uma rocha até a do Absoluto. A extensão
potencial de consciência em um ser humano também é vasta. A consciência em um
homem ou mulher pode ser estimulada a se aproximar do divino.
Com um
trabalho preciso e adequado, a consciência mais elevada pode começar a surgir em
lampejos dentro de nós, e,
finalmente, se tornar permanente. Quando descobrimos esse
estado de consciência - de
presença divina - encontramos a fonte
do verdadeiro amor, alegria e bondade.
“A chave para todos os problemas é o problema da consciência.”
Antigos
Textos Egípcios
O primeiro
passo é compreeder a consciência, e começar a entender o que não é consciência.
A consciência não é as funções: não é movimento, sensação, sentimento ou pensamento.
É um choque profundo verificar que se pode agir, mover e falar e experimentar
emoções, sem consciência. Nós estabelecemos metas sinceras, e as esquecemos;
nós ferimos, sem querer, aqueles que amamos; nós viajamos e não lembramos da
viagem. Nossa consciência não é única,
mas múltipla, fragmentada em meio às funções conpetitivas.
Como é que começamos a forjar uma consciência
unificada? Todas as escolas ensinam o mesmo esforço, que no Quarto Caminho é
chamado de lembrança de si. Esta é uma disciplina interior, onde se vigia a
mente e o coração, e o corpo, é se está separado deles, ciente deles, e ciente
de si mesmo observando-os. A lembrança de si não depende especificamente das
circunstancias ou condições. Ela pode ser aplicada a qualquer momento de sua
vida, quer seja um momento significativo ou ordinário, para trazer a
consciência para o que se está fazendo.
Trabalhar para lembrar-se de si requer trabalhar no
coração. Nossos
corações não treinados estão imersos em paixões descontroladas e destrutivas e emoções negativas que nos perseguem incansavelmente ao longo de nossas vidas. Através de disciplinas de escola,
o coração pode ser treinado para ganhar força e vontade
necessárias para nutrir e proteger
a divina presença sem palavras.Quando
nós purificamos o coração, nossa essência pode emergir. O real pode crescer apenas
às custas do irreal.
“A
Arte do Coração consiste em se manter o coração firmemente ancorado na paz e na
justeza.
Não
se deve deixar-se levar pelo tremor das paixões ou abandonar-se
aos
desejos, nunca mitigados, dos sentidos."
Huang
Di (Imperador Amarelo)
Como nós
podemos dizer isto de uma maneira simples?
Esteja onde você está, e tenha plena
consciência do que você está fazendo. Esvazie seu coração das paixões e o preencha
com o anseio pela união com o divino dentro de você. Encontre
aqueles com os quais você possa compartilhar sua viagem.
O despertar é o
Jogo Mestre. E o Jogo Mestre tem um método simples que é fácil de aprender, mas
difícil de dominar. O método, lembrança de si, é invisível e portátil. Livre de
condições externas e internas, a lembrança de si só tem uma condição: o seu
sincero desejo de usá-la. É por isso que é tão urgente treinar o coração para
desejar a presença. Juntos, esta trindade de consciência superior, coração, e
método, trançam o tecido da presença divina. Com habilidade suficiente, o tecido torna-se puro ouro: a lembrança de si e o seu próprio Eu Superior
se tornam permanentes.
"Deus [o Eu
Superior] está sempre além da bondade,
justeza, onisciência, é imutável,
verdadeiro, invisível,
intocável, inatingível, perfeito, além do
ser, pleno de misericórdia,
pleno de compaixão e simpatia, a tudo rege, e tudo vê.”
Filocalia,
Pedro de Damasco
KHB
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