quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A função das Escolas na busca da Presença


Retrato de Goethe, Coleção privada da FOF.


“Foi perguntado a Goethe: ‘Porque você é tão extraordinário?’ Ele respondeu: ‘Quando olho para fora, vejo o que está lá.’”

O que Goethe quer dizer com isso? Parece uma afirmação muito simples, quase óbvia, nós lemos e dizemos: É claro, entendi!

O mesmo ensinamento chega a nós com a famosa frase de Buda que diz: “Quando eu como, como; quando eu sento, sento; quando eu levanto, levanto”.

Para entender completamente essas simples frases, temos que saber e verificar por nós mesmos que vivemos em um estado no qual não é possível ver a menos que se faça um Trabalho sobre Si para sair do estado de ‘sono desperto’ em que nos encontramos, e chegar a um estado mais elevado de consciência que chamamos Presença. 

Existe um estado interno de plenitude, felicidade, onde tudo é perfeito. Nesse estado nós vemos o que é, compreendemos. Esse estado é independente do corpo físico, e pode chegar a sobreviver à morte dele. Todos nós conhecemos esse estado, todos nós tivemos momentos muito felizes, ou momentos em que recebemos um choque muito forte e que quando falamos deles dizemos: “Eu me lembro como se fosse hoje”. Lembramos de tudo, onde estávamos, o que aconteceu, como nos sentimos... Foi um momento de Presença, desse estado mais elevado de que estou falando. Esse estado é imortal, mais precisa ser alimentado e procurado intencionalmente. Não pode depender dos poucos choques acidentais que temos na nossa vida. Nas Escolas é ensinado ao nosso coração como direcionar sua energia para o terceiro olho (a Presença).  



Ouspensky: Deve ser claro para você agora que um grupo de pessoas que deseja trabalhar ... não vai chegar a lugar nenhum, porque elas não sabem para onde ir e o que fazer. O conhecimento só pode vir, de quem passou pelo mesmo antes. E ele deve estar conectado a uma escola.


 .
Myriam B


Reuniões introdutórias gratuitas uma vez por semana
Ligue para 11 96584 0745
Ou envie um e-mail para: c.saopaulo@yahoo.com.br
Para mais informações acesse nossa web site:





 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O Significado Interno


Quando examinamos a nossa herança cultural, especialmente na literatura e nas artes visuais, muitos dos maiores trabalhos humanistas - peças de Shakespeare, as histórias da Bíblia, os mitos gregos, os poemas dos sufis - podem parecer enigmáticos, sem sentido ou até mesmo banais, se estivermos olhando para o significado externo. E mesmo assim eles parecem possuir uma grandeza incomensurável com seu conteúdo aparente. Eles saltam de nossas mangas. Certamente essas grandes, nobres obras têm mais a nos dizer?

É claro que estamos familiarizados com a idéia de alegorias e metáforas na literatura: "Meu amor é como uma vermelha rosa vermelha." Se dermos uma olhada mais de perto, podemos ver que há outra qualidade em algumas obras de arte que podem nos levar a uma experiência mais profunda, que não é imediatamente explicável ao nível lógico da pintura, da peça ou do poema.
Então, vamos dar um salto de fé e assumir que as peças atemporais de Shakespeare foram escritas por um ser consciente com uma mensagem para despertar  a humanidade. Quando o Bardo diz: "Ser ou não ser, eis a questão", o que ele quer dizer com esta linha mais citada, e contudo menos compreendida de Hamlet? Se reformulamos a frase nos termos do Quarto Caminho, como: "Estar presente e portanto existir, ou estar adormecido e não existir,  essa é a questão", então, surge o significado para aqueles que trabalham com idéias esotéricas. É a fundamentaltalvez a únicaquestão no jogo mestre da evolução consciente. Não é de admirar que essa  linha seja tão famosa!
Se formos ver o castelo de Macbeth não como uma construção fictícia na Escócia, mas como um mapa dos elementos beligerantes internos de um ser humano que está começando a ver a si mesmo e desejando despertar, então, o significado interno dessa peça, também, começa a se revelar.
As religiões também parecem ter,  além do significado externo, um significado interno que necessita de ajuda externa antes de que se possa reconhecê-lo. E se Moisés simboliza o mordomo, a parte mais elevada  da máquina humana, a parte que deseja promover o despertar? Esta interpretação explicaria porque Moisés conduziu os israelitas, (os pensamentos que desejavam consciência) através do Mar Vermelho da imaginação ou do sono, para Israel, a Terra Prometida, (a presença, Deus). Isso também explica porque Moisés pode ver a Terra Prometida, mas não pode entrar nela, pois a consciência é uma propriedade dos centros superiores, e não da máquina.
Desse ponto de vista, começamos a ver que os conceitos de guerra santa ou peregrinação foram tragicamente mal interpretados por aqueles que tomaram apenas o significado literal. Ninguém, por exemplo, parece lembrar que Maomé disse: "A jihad real é interna.”
Quando Rumi diz: "Mas por que alguma alma nesse mundo vai querer escapar do Amado?", ele está falando simplesmente sobre o amor erótico ou emocional de um ser humano? Ou é um grande ser espiritual falando de sua união com seu próprio Ser superior?
Ou quando Omar Khayyam fala sobre os prazeres do vinho, ele está falando sobre as alegrias da embriaguez?
 E, há pouco, pela Porta da Taverna entreaberta,
Movendo-se em segredo através do crepúsculo veio um Corpo Angelical
Sustentando um Recipiente em seu Ombro; e
Ele me pediu para prová-lo; e era – a Uva!”
Não. Especialmente quando tal passagem conduz a linhas profundas, mas inicialmente opacas, tais como:
 Mahmúd O poderoso, o Senhor vitorioso,
Que todos os infieis e a negra Horda
De medos e Tristezas que infestam a Alma
Espalha e mata com sua Espada encantada.
Parece que os sufis corajosamente escolheram o vinho para simbolizar os estados mais elevados que procuravam - a presença de Deus. "Corajosamente" porque o vinho era proibido, ou pelo menos desaprovado, pelos praticantes de sua religião. E é Mahmúd, como Moisés, o mordomo, mais uma vez, o herói de mil faces, que mata aquelas partes de nós que se opõem ao nosso próprio despertar?
Quando, à noite antes de sua prisão, Cristo rezou enquanto seus discípulos "dormiam", estamos seriamente supondo que seus seguidores foram realmente sonolentos em um dos episódios mais carregados emocionalmente da história da espiritualidade? No entanto, podemos entender, quando tivermos feito nossos próprios esforços de lembrar de nós mesmos, que, mesmo no momento de desespero de seu professor, seus estudantes não foram capazes de se juntar a ele, para estar conscientes, enquanto ele estava consciente.
Parece que com o advento do ensinamento de Gurdjieff no início do século XX, o conceito de "consciência", "presença" ou "lembrança de si" tornou-se mais abertamente disponível para o mundo. Anteriormente, só havia sido mencionado ou representado por símbolos, muitas vezes, nos contos de fadas, mitos ou parábolas que foram amplamente conhecidos. Surge então a pergunta: "Por que se preocupar em ocultar o significado, quando poderia apenas ser descrito ou apresentado como ele realmente é?" Parece haver várias razões possíveis para isso.
Os contos ou peças de teatro apresentados como uma narrativa emocionalmente carregada são fáceis de lembrar, apreciar, e repetir, e muitos têm resistido ao teste do tempo. Eles, então, têm a chance de se infiltrar em nossa consciência, e sua mensagem pode gradualmente se conectar com algo dentro de nós que anseia pelo despertar espiritual.
Além disso, os símbolos e mitos podem se dirigir às partes mais elevadas em nós e ignorar as limitações de nosso intelecto, que é caracterizado pelo pensamento oposto que é orgulhoso de sua capacidade de debater e analisar. O intelecto rejeita e dilui as idéias esotéricas com a lógica e a relatividade.O significado interno é alimento para um mundo interior onde as idéias e as impressões não são tomadas literalmente, mas recebidas diretamente, sem filtros, como as crianças as recebem.
Talvez o dito popular sobre oferecer "pérolas aos porcos" significa que, se o conhecimento fosse apresentado às partes dentro de nós que não estão interessadas ​​na evolução espiritual, seria desperdiçado ou perdido.
Usando as "chaves" do Quarto Caminho, muitas das artes mais profundas e duradouras do mundo revelam mensagens esotéricas destinadas a contribuir para o despertar das gerações futuras. Se estamos dispostos a deixar para trás nossos aprendidos hábitos de interpretação, estas obras ganham vida, e podemos apreciá-las de uma nova forma, que promove o nosso próprio desenvolvimento espiritual.

Alan B. 

Reuniões introdutórias gratuitas uma vez por semana
Ligue para 11 96584 0745
Ou envie um e-mail para: c.saopaulo@yahoo.com.br
Para mais informações acesse nossa web site:
                                  http://livingpresence.com/portuguese/home-portuguese.html