quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A Evolução de uma Escola parte II



Focando as Chaves
Num certo momento, Robert disse “A decodificação dos sistemas esotéricos está agora ao nosso alcance. Eles são ocultos porque são escritos especificamente para as escolas. Não há mal-entendidos entre escolas. O conhecimento objetivo tem a mesma voz, mesmo separado por milênios.” Quando as chaves foram encontradas nos trabalhos egípcios, ele concluiu, “Seguimos os rios das escolas e alcançamos o grande oceano – o Egito.”
Nossa tarefa agora seria fazer tudo o que pudéssemos para compreender o que as escolas antes de nós – especialmente a escola original no Egito – já haviam alcançado.

Deparando-se com os Trinta “Eus” de Trabalho
Alguns meses mais tarde, em janeiro de 2005, alguém leu uma citação para Robert de um sufi, Attar sobre apenas trinta pássaros que alcançaram seu destino divino.
Ele suspeitou que escolas anteriores usaram tradicionalmente apenas trinta  *“eus” de trabalho. Robert tentou determinar o que os trinta poderiam ser e, em alguns meses, enquanto estava no Egito, ele organizou uma lista. Logo depois, a lista foi composta por palavras de uma silaba, quando Robert ouviu esta citação de Omar Khayham: “Não há mais que uma sílaba entre a dúvida e a certeza” – não há mais que um ‘eu’ de
trabalho de uma sílaba entre a imaginação e a presença.
Robert viu imediatamente a magnitude objetiva dos trinta ‘eus’ de trabalho. “Os trinta ‘eus’de trabalho são muito importantes,” disse ele “ Dê-lhes algum tempo e vocês verão como eles se tornarão uma parte muito importante de seu trabalho.
Uma qualidade peculiar desses trinta ‘eus’ de trabalho é que eles nos removem completamente do retrato imaginário de quem somos nós e nos trazem para a  realidade de quem somos nós”.
Com esse nível de simplicidade, Robert sentiu que acessamos a essência do sistema e a corrente das escolas conscientes. Ele então se concentrou em estudar a chaves da Antiga Escola Egípcia porque, como ele disse, o sistema foi aperfeiçoado na primeira escola do Egito. Eles foram os primeiros a definir precisamente o problema e a solução, e a sua apresentação das chaves tem a vantagem de ser a mais simples de todas as escolas. Seus símbolos – como os ‘eus’ de trabalho mínimos - ultrapassam os centros inferiores e vão diretamente à *essência e aos *centros superiores.”

O Achado da Sequência de Seis ‘Eus’ de Trabalho
Ao usar os trinta ‘eus’ de trabalho, Robert se deu conta que a questão não era ter ‘eus’ de trabalho indefinidamente, pois o *ser inferior acaba nos atraindo para longe desses esforços. Um objetivo mais realista é alcançar o *BE longo e deixar para trás todos os ‘eus’ - entrar em presença prolongada. Afinal de contas, este é o propósito dos ‘eus’ de trabalho.
Robert começou a fazer experimentos em atingir o BE longo em alguns passos e logo depois ouviu essa citação definitiva da Filocalia: “Atingimos a libertação do pecado (imaginação) em seis passos.” Ele então procurou a confirmação disso em outras escolas e encontrou exatamente a mesma coisa. Por exemplo, a pirâmide de seis degraus de Saqqara, a criação judaica do mundo em seis dias, seguida por um dia de descanso, Jesus subindo a montanha depois de seis dias e experimentando a transfiguração, e Maomé ascendendo os seis níveis de céu e atingindo o sétimo. Com isso, Robert formulou e refinou a *sequência.

Simplicidade e Dificuldade
Num momento durante a pesquisa, Asaf  leu para Robert uma passagem do livro Egípcio, Jornada ao Longo do Dia, que incluía a frase, “Reúna seus membros”. Robert repetiu-a: “Reúna seus membros”....re-member yourself (re-membrar, juntar os membros).” E então ele disse, “Portanto, a lembrança de si (self-remembering) - a idéia central do sistema – vem, afinal de contas, do Egito.”
Asaf respondeu que agora o que possuímos como uma escola não são mais apenas fragmentos e não é mais um ensinamento desconhecido. Robert concordou: “Sim,recebemos a graça de ir além da exposição fragmentária e recebê-la na sua forma completa. É surpreendente como sua forma completa foi preservada num fluxo ininterrupto de conhecimento esotérico, de escola para escola, por mais de 6000 anos.”
Robert observou mais tarde que “O sistema não é complicado. A sequência é sabedoria divina que engaja presença divina. A sequência localiza a presença.
Quando você faz uma sequência bem-sucedida que prolonga a presença, entende tudo sobre o Egito e as outras escolas.”
Ele também nos faz lembrar que há um preço alto a pagar - com um novo nível de esforço – por esse conhecimento sagrado: “É extremamente difícil ter um ‘eu’ de trabalho que engaje a presença. E em relação à sequência: É a mais difícil de todas as coisas. Parece ser fácil dizer seis sílabas, mas há uma enorme resistência do ser inferior. Existe uma emboscada em virtualmente cada um dos ‘eus’ da sequência.
Engajar e sustentar a presença requer tudo o que temos.”

Herdeiros de uma Tradição Consciente
“Pode ser,” disse Robert “que cada escola tenha que redescobrir as chaves. Não podemos ter certeza, mas, definitivamente, é assim que experimentamos a evolução. Também nos habilita a valorizar as chaves - o significado interno, esotérico - ainda mais, especialmente tendo trabalhado por três décadas sem elas.”
Agora que estamos em nossa quarta década, nos encontramos em alinhamento com a tradição consciente das escolas. De pé sobre seus ombros, e olhando para trás, temos uma visão ampla e sem precedentes de todas elas. Essa visão também oferece o insight único sobre a Antiga Escola Egípcia que primeiro compilou o sistema em sua forma esotérica.
Como diz Robert, “Tudo já foi dito e feito pelas escolas que nos precederam. Agora é nossa tarefa nos elevarmos ao seu nível de compreensão e aproveitar aquilo que nos deixaram para nosso beneficio”.

Glossário
* “EUS”. As emoções, as sensações e os pensamentos efêmeros que tomamos como expressão de nós mesmos no momento em que ocorrem, destacando-se a sua expressão através de palavras pelo CENTRO INTELECTUAL. As pessoas têm uma quantidade enorme de “eus”, muitos dos quais são contraditórios, mas normalmente deixam de percebê-los.

*EUS DE TRABALHO: Eus que nos lembram de fazer esforços para avançarmos em nosso trabalho para o despertar.

*ESSÊNCIA. As qualidades de uma MÁQUINA humana que são herdadas no nascimento, tais como as características físicas, TIPO FÍSICO, CENTRO DE GRAVIDADE e ALQUIMIA. Na maioria das pessoas, a essência se desenvolve apenas durante os primeiros seis ou sete anos das suas vidas, após os quais ela é encoberta em grande parte pela FALSA PERSONALIDADE. Consequentemente, uma experiência da essência é com frequência acompanhada por uma sensação de liberdade pueril e de leveza. Entretanto, no caminho do despertar ensinado por Robert Burton, a essência deve ser educada e desenvolvida além desse estado infantil.

*CENTROS SUPERIORES. O centro emocional superior e intelectual superior. O centro emocional superior é capaz de perceber as conexões existentes entre todas as coisas e é a sede da compaixão e do amor consciente. O centro intelectual superior percebe as leis que governam todas as coisas e é a sede da sabedoria consciente.

*SEQUÊNCIA: É uma ferramenta dividida em seis partes, que é utilizada para que conectarmos com os nossos centros superiores.

*BE longo, última parte da Sequência

*SER INFERIOR: É a parte dentro de nós que se opõe em fazer o trabalho espiritual.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A Evolução de nossa Escola parte I


Uma perspectiva de como nossa escola descobriu o sistema na sua forma esotérica – as chaves – e como, com isso, transcendemos a forma exotérica – o quarto caminho – para alcançar um novo patamar de compreensão como escola.

A Linhagem das Escolas

Evolução para uma escola esotérica significa ser capaz de compreender objetivamente a linhagem das escolas anteriores e se alinhar com elas. A primeira escola conhecida no Egito apresentou os métodos para se estar presente de uma forma tão completa que nenhuma escola por seis mil anos teve que alterar, inovar ou adicionar qualquer coisa a ela. Apesar de escolas posteriores terem adaptado o sistema egípcio à sua própria era, a sua tarefa principal foi sempre compreender e transmitir o que foi formulado anteriormente. Ou seja, o problema de lidar com a imaginação, e a solução de usar ‘eus’ de trabalho para promover a presença sempre foram os mesmos. Neste sentido, todas as escolas são a mesma escola, se desenvolvendo­­-se e incorporando-se à Antiga Escola Egípcia.

O Quarto Caminho e a Fraternidade de Amigos

Robert E. Burton criou nossa escola na tradição do Quarto Caminho de George Gurdjieff,Peter Ouspensky, Rodney Collin e Alex Horn. A essência do ensinamento deles era a lembrança de si, estar presente através da atenção dividida – e Robert clarifica esta idéia central mais que qualquer dos seus predecessores. Fazendo isso, ele apontou que o obstáculo mais prevalente para a lembrança de si é a imaginação. Em suas palavras, “O que nos impede de estar presentes é sermos arrastados para a imaginação.” Mas os centros superiores não estão completamente alertados para a enormidade do problema. Eles não estão desenvolvidos o suficiente para resistir à imaginação.

Como Reconhecer uma Escola

O Sr Ouspensky sabia que a imaginação era um obstáculo para a presença e sabia que uma escola era necessária para conquistá-la. Ele também se deu conta de que uma escola real, em contraposição a um grupo, é conectada à mesma fonte e possui o mesmo conhecimento - as chaves exatas e métodos objetivos – que todas as escolas anteriores na história.
Em 1930, o Sr. Ouspensky comentou, “Ainda tenho certeza de que há uma grande fonte de onde nosso sistema veio. O Sr. Gurdjieff deve ter tido contato com essa fonte, mas eu não acredito que tenha sido um contato completo. Alguma coisa está faltando. E ele não foi capaz de encontrá-la. Se não podemos achá-la através dele, nossa única esperança é ter um contato direto com a fonte; nossa única esperança é de que a fonte nos encontre. É por isso que estou dando estas palestras.”
Ele estava admitindo que, através do uso dos fragmentos de conhecimento que ele tinha recebido do Sr. Gurdjieff, ele tinha formado um grupo para tentar atrair a influência da escola superior.

 A Descoberta das Chaves

Cinco anos depois, em 1935, o Sr Ouspensky se deu conta de que, “Alguma coisa está faltando no sistema. Se o homem foi feito para a lembrança de si, deve ter existido um método simples, mas foi perdido. Nunca consegui encontrá-lo. Uma vez,na Índia, escutei um eco de tal método. Se você encontrar o método, poderá
encontrar a fonte.” Notavelmente, é isso que aconteceu quando Robert começou a trabalhar com Asaf, seu secretário naquele momento.
Robert já suspeitava que a Bíblia tinha sido escrita em código –que seu significado externo não tinha um sentido real. – isto foi confirmado à medida que ele teve novo insight sobre o significado interno.
Como relata Asaf, isso começou quando o Robert se deu conta que a história do Antigo Testamento sobre o sonho de Salomão incluía uma frase que não fazia sentido externamente: “Não sei como sair ou entrar.” Robert concluiu, “Isto deve estar em código. Um mordomo jovem não sabe como sair da imaginação ou entrar na presença.”
Foi a primeira de muitas descobertas sobre o significado esotérico da Bíblia, o que levou a descobertas semelhantes na literatura sufi, no tarô, nas catedrais góticas, no Alcorão, na Filocalia, no Mahabharata e na arte e literatura egípcias entre outros.