quarta-feira, 1 de maio de 2013

Aprofundando o nosso Trabalho, a Tríade Estática



No Quarto Caminho, Ouspensky descreve a "tríade estática" uma interação de forças que representa o nosso ser interior. Nosso corpo e a essência participam como uma consistente força neutralizante, enquanto as forças ativas ou passivas em nós mudam de acordo com nosso senso de identidade.
Quem somos nós, realmente?

"O que morre não é real."
Rumi

Nosso ser interior e nossa mais verdadeira identidade muda à medida que nos desenvolvemos neste trabalho. Começamos com a falsa personalidade ativa, mas para aqueles que desenvolvem um centro magnético (um centro de gravidade dedicado à busca do despertar), a falsa personalidade pode começar a se tornar mais passiva. Isto representa o primeiro passo em uma nova vida: algo novo dentro de nós, que busca dar um significado à loucura da vida comum, e uma maneira de escapar das leis desnecessárias  sob as quais estamos, começa a guiar nossa direção.
Mais tarde, quando nós aplicamos métodos  e técnicas de escola, e depois de muito trabalho e experimentação, um mordomo substituto pode surgir a partir deste centro magnético. O mordomo substituto  e mais tarde o mordomo (um grau acima de trabalho sobre si mesmo), desempenham o papel de ordenar os muitos ‘eus’ dentro de nós,  criar e manter um espaço aberto para os estados elevados. Nosso mordomo começa a pôr a nossa casa em ordem, e os muitos `eus` se  tornam servidores para este objetivo, preparando para a chegada do amo.

"Se o centro magnético se formar no homem, ele poderá encontrar uma escola, e ao começar a trabalhar, deverá fazê-lo contra a falsa personalidade.
O centro magnético pode se transformar em Mordomo Substituto, e quando o Mordomo Sbstituto assume o controle da falsa personalidade, transfere todas as coisas desnecessárias para o lado da falsa personalidade, e só permanecem do lado do ‘eu' as coisas necessárias. Então, numa etapa ainda mais avançada, é possivel que o 'eu' permanente venha para o lado do 'eu', com tudo o que lhe pertence. Então,os muitos ‘eus’ estarão do lado da falsa personalidade, mas não podemos dizer muito sobre isso agora." P.D.Ouspensky, O Quarto Caminho

Cada mudança de identidade é uma morte. Os gostos e aversões dos muitos eus e o centro magnético são irrelevantes para o nível de trabalho do mordomo. As justificativas e expressões das fraquezas principais dentro de nós são obstáculos quando procuramos manter a casa em ordem. Mesmo um mordomo tranquilo e competente deve, ao final, retirar-se para que o amo tenha um amplo espaço para si mesmo.
"Pense sobre isso: o que realmente é seu?" Epicteto

Pois o 'eu' Real é o dono da casa, e, por fim, ele substitui o mordomo como o chefe de família. Este estado, estranhamente familiar, aparece brevemente no início, depois por períodos mais longos à medida que o nosso trabalho se aprofunda. Agora o mordomo se retira, mas continua disponível quando chamado para servir às necessidades desta parte mais elevada em nós. Neste ponto nós conhecemos a nós mesmos: somos finalmente os senhores e donos de nossas faces, herdeiros da propriedade.

Nossa verdadeira identidade muda, como mostrado nesta tríade, daquela que é curiosa sobre o despertar, para a que aprende e usa os métodos para permanecer relativamente ordenada e atenta, para aquela que está desperta e livre. A liberdade é nosso direito. Mas o que a falsa personalidade considera liberdade não é a liberdade do estado desperto. O homem desperto vive plenamente o momento presente, liberto das preocupações subjetivas e internas, e capaz de responder ao dever daquele momento, como a necessidade se apresenta, e como vê o modo de servi-lo.

"Primeiro, ele sofreu com os problemas do espinho, mas no final, tudo se transformou em uma rosa para ele."  Rumi

Rowena L.